"Na Augusta, você encontra de tudo. Até gente normal". BARCELOS, Venâncio.
Com esta citação do amigo do primo distante, o herói que procurou ( e achou) o torresmo perfeito, o "Bacelardas" resolveu homenagear a Augusta.
Não estou aqui para falar sobre casas noturnas de diversão adulta masculina. A Augusta é muito mais do que isso.
É o local onde todas as tribos se encontram. Você pode ouvir qualquer música (de Zumbis do Espaço até marchinhas de carnaval), vestir-se (ou não) de qualquer maneira e, ainda sim, ser considerado normal. A única coisa que não dá para fazer mais é descê-la a 120 km/h por causa do trânsito infernal.
Para mim, a Augusta é como se fosse um mundo à parte de São Paulo, apesar de ser a mais paulistana das ruas. Afinal, não há uma rua tão cosmopolita e tão desvairada nesta Pauliceia como ela. É o reduto da arte moderna pós-moderna.
Se morresse hoje (e não em 1945), Mário de Andrade provavelmente gostaria de ser enterrado na Augusta.
Quando entro na simbólica rua, sinto-me como os personagens do saudoso desenho "Caverna do Dragão". Presos nas trevas, os heróis sempre ficam esperançosos com o portal que, supostamente, os levariam de volta para casa.
A Augusta é o outro lado do portal. É o parque de diversões que eles sempre avistam.
Com esta exaltação à Matrix Paulistana, onde o real e o virtual se unem, onde o sagrado e o profano convivem, gostaria de parabenizar São Paulo pelos 459 anos.
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