sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

Justiça não tarda, mas é falha






Não. Você não está louco e eu não cometi nenhum ato falho.

As redes sociais inverteram a ordem do ditado "a Justiça tarda, mas não falha". Agora ela está muito rápida. E, às vezes, equivocada.

Minutos após o ataque à redação do "Charlie Hebdo", em Paris, muitos 'juízes' saíram distribuindo sentenças: condenaram os terroristas, o islamismo, os chargistas, a esquerda, a direita...

Há uma necessidade medonha de falar sobre qualquer assunto que esteja em pauta. Por um lado isso é bom. Mostra que as pessoas estão cada vez mais sedentas por informação.

Porém, ao emitir uma opinião sobre uma tragédia, devemos ter certeza de nossas palavras para não ofendermos injustamente alguém.

Desde o fatídico dia 7 de janeiro, eu li diversos e divergentes textos sobre o atentado. Sabe qual é a minha conclusão? Nenhuma.

Quer dizer, até tenho minhas impressões, mas elas são insignificantes e rasas perto da enorme complexidade do tema.

"Ahhh, mas eu vi no jornal que..." Esquece. Por mais que os jornalistas tenham cuidado (e nem todos têm) na apuração, estamos (incluo-me na lista) sujeitos ao erro. Até porque, assim como os 'juízes virtuais' têm pressa em julgar, a imprensa também precisa ser ágil para passar as informações a um público faminto.

Os irmãos Kouachi (principais suspeitos pelo ataque ao jornal) morreram e não sabemos realmente quem eles eram. Só sabemos que 2015 começou assustadoramente triste.

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