Fazia tempo que não aparecia por aqui, não é mesmo? No país do carnaval, às vezes, a curtição é necessária. O problema é quando esta mesma mesma curtição causa danos. Este foi meu caso. Mas, aos poucos, estou me recuperando.
Não costumo falar diretamente sobre mim no blog. Uso metáforas, personagens e nomes fictícios. O leitor (a) mais atento (a) já percebeu o 'truque'.
Nas doze postagens anteriores, também não falei sobre esporte. Já escrevo demais sobre o tema profissionalmente. Aqui é um espaço livre para devaneios. E eu gosto muito de devanear...Principalmente acompanhado de cerveja, cigarro de menta, tequila e amigos.
Uma combinação quase perfeita, porém pouco (ou nada) saudável. Ainda mais quando uma fritura é acrescida a este menu. É uma bomba atômica, eu diria.
Hoje, excepcionalmente, falarei sobre mim e sobre esporte. Com uma pitada de devaneio (não, não estou bebendo neste momento).
Antes de realizar uma ressonância no joelho esquerdo, ontem à tarde, fui surpreendido por um filme de 2007 chamado "O resgate de um campeão" --Resurrecting the champ (no original em inglês).
Só o fato de contar com o Samuel L. Jackson já seria o necessário para chamar a minha atenção. Mas o filme tinha mais: falava sobre um jornalista esportivo, interpretado por Josh Hartnett, em busca de uma grande história.
E ele achou a tal história em uma mentira inventada por Jackson, que deu vida a um ex-pugilista, morador de rua nos dias relatados pelo filme.
Em determinado momento, a mentira foi benéfica aos dois protagonistas. Mas, por pouco, não acabou com a carreira do jornalista.
Pensei no assunto. Claro que o jornalismo exige verdade e objetividade factual. SEMPRE.
Mas será que a nossa vida não está pragmática demais? Será que não há espaço para devaneios e mentiras que, de certa forma, nos resgatam desta cruel realidade?
Esqueçam os fatos, esqueçam os jornais. Fechem os olhos e imaginem: "Qual será minha mentira de hoje para me sentir melhor?"
Qual é o preço que está disposto a pagar para resgatar você de si mesmo? Na Teoria da Comunicação, os estudiosos falam de primeira e segunda realidade. Qual delas você quer?
Fugir da realidade é muito mais do que postar coisas bonitas no Facebook (apesar de todo este discurso parecer exatamente isso). É crer que a dor seja passageira por mais que seu médico diga o contrário.
Sair do "baseado em fatos reais" para "ficção" talvez não seja uma alternativa. Às vezes, pode ser a única solução.
Aja sem os pés nos chão. Afinal, no fundo, todos querem mesmo é voar.
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